24 de abril de 2011

SANDRA NKAKÉ - garganta de ouro

Simplesmente F O R M I D A V É L.

Há duas maneiras que os artistas entram na nossa vida: ou forçam o caminho suavemente, ou, como os violadores, apenas se instalam e ponto final. Sandra Nkake usa o segundo método.


Em 2009, conheci Sandra Nkake por Happy, aqui, e apaixonei-me imediatamente, a sua garra vocal não deixa a ninguém indiferente. Aquela manifestação soul, que, não sei porquê, me faz lembrar Neneh Cherry, aquela voz que às vezes orienta a Nina Simone, ou aquele autodesafio vocálico a Erykah Badu, fizeram de Sandra Nkake um achado.

De Happy passei logo para o álbum todo, Mansaadi (2008), até onde sei o único trabalho discográfico dela; depois encontrei algumas pérolas suas em sessões jam, e outras onde interpreta outros artistas, que me deixaram ainda mais apaixonado.

happy (maansadi, 2008)
gostei também do conceito do vídeo, que joga com a dualidade de qualquer relação, mesmo as supostamente benéficas, atráves do jogo de luz e sombra, aqui reforçando com uma metade da cara da artista maquilhada e "perfeita" e a outra metade natural e crua.

Gosto imenso da maneira e da certeza com que Sandra usa a sua voz, da maneira como usa o beat-box para criar um veio de diferença ao seu género, e da forma como musicaliza. E por ser um único álbum, espero que venha a haver mais, e catorze faixas, vou falar rápido das mais relevantes (entenda-se que todas as observações aqui são puramente pessoais). E como sempre digo, não sou muito bom a identificar géneros musicais, o que quer dizer que talvez poderei cometer equívocos no que vou dizer em seguida. 


The Way You Walk – acústica, a faixa que abre o disco, começa com muita energia, com o habitual fundo desse género, ela mostra que o seu cantar não é só emissão de voz, mas também, verdadeiramente, uma interpretação vocal.


H.A.P.P.Y. – No bom tom soul, já foi a música dela que mais eu gostava, concorrendo para essa posição talvez com Stay True (mas como o meu género preferido varia por épocas e como Sandra é pluri-generalista[?]...).

I Miss My Land – um jazz bem definido, bem divertido, bem animado.

Stay True – Reggae, calmo e pausado, animado, com uma letra sobre ela mesma e sobre a sua procura, muito agradável.

La Mauvaise Reputation – acompanhado com beat-box, vocal loops e uma guitarra baixo apenas, é enleante e sentido; o melhor cover desta música que já ouvi.



Ya Ya Ya - Funk, perdido entre RnB e Soul, só confirma mais a solidez do álbum e das capacidades músico-intrepretativas de Sandra.

I Believe - A música que fecha o disco, também acústica, mas com mais intervenção de instrumentos melódicos (?), com um toque a gospel, encera magistralmente o álbum, fazendo dele consistente e coerente. 


Listei as primeiras seis músicas de Maansadi porque mostram toda a pluri-generalidade de Sandra e fazem um resumo da sua habilidade.

bónus 
Sandra Nkake + Erik Truffaz + Sly Johnson (de Saian Supa Crew)

Sandra, como já disse, não canta apenas, interpreta, mesmo não vendo os seus vídeos, ouve-se isso nas suas músicas, com os risos, os murmúrios e outras coisas. Ouvindo Maansadi e as mesma música "ao vivo", acho que faz-se um melhor quadro de quem é Sandra.

Em notas de fecho, Sandra Nkake é provavelmente  (com Ana Carolina - que ganhará aqui um post) uma das artistas que mais ouvi nos últimos dois anos. E... há um easter egg na faixa I believe, também soberbo.


PS:
E para quem vier aqui parar à procura das letras das músicas de Sandra, recomendo que escreva lyrics em vez de letras (por exemplo sandra nkake lyrics, se adicionar o título da música ou algo que nela se disse, fica ainda mais fácil), seja da música de que artista for...



Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...