1 de abril de 2008

MORTAL KOMBAT: Teacher vs Student

Desde o início do mundo que conflitos têm pontuado a raça humana. Na versão criacionista, Deus fez a luz no escuro, Adão quis comer a fruta, Caim matou Abel… América invadiu Iraque… professora luta com aluna.

Na versão evolucionista, temos a teoria da evolução defendida por Lamarck, os animais têm que superar desafios e estar mais aptos para garantir a sobrevivência da espécie… luta… guerra… guerra… aluna luta com professora.
Vejam o vídeo:




Para quem não sabe isto aconteceu numa escola portuguesa… não há nada de vergonhoso nisso, acontecem coisas piores que isto nas escolas de todo o mundo, e até pode-se ficar orgulhoso porque não houve ninguém que sacasse de uma arma e desatasse a atirar sobre os colegas… Os órgãos de comunicação não têm falado de outra coisa senão da cena em questão… e quem leva com as culpas? É claro, a aluna e o cineasta.

De há um tempo para cá, tem havido muita solidariedade com os professores, porque querem plenos poderes sobre alunos mas a ministra não lhes quer dar isso, ou porque são agredidos pelos alunos (nos meus tempos de puto, quem levava com a palmatória na sala costumava ser eu e não o professor), pelo que criticam os pais de não saberem educar os filhos, mas ninguém procura saber se esses alunos-agressores não são filhos de professores-educadores.

Mas não é isso que está em questão. Está em questão a autoridade. A autoridade dos professores porque sentem-se inválidos por não poderem distribuir palmatoriadas conforme lhes der na telha; a autoridade do Governo porque todos lhes caem em cima como se fosse ele a induzir a aluna ao acto que vimos; a autoridade dos pais que ficaram envergonhados por causa do acto dos filhos; mas destas autoridades a única não questionada foi a da professora.

No entanto, qual é o direito que a professora tinha de tirar o telemóvel à força à aluna? A meu ver, nenhum.

Numa situação como essa, a professora (educadora) não devia ter essa atitude infantil de entrar em confronto físico com a sua aluna (educanda), mas ponderar e agir como uma adulta. Chegou-se a isto que vimos por quê? Porque a educadora sentiu-se desautorizada por a educanda não ter querido entregar o telemóvel, e quis mostrar à turma que quem mandava era ela. E a educanda por sua vez, se se submetesse pela força, perdia a sua autoridade perante os colegas. E, pelo amor de deus, a miúda tem praí dezasseis anos, quem sabe o tipo de mensagens que estava a trocar com o namorado ou fosse lá com quem fosse? Se elas fecham os quartos aos próprios pais, porque teria de ser a professora a invadir a sua intimidade. Alguém por acaso notou a cara de impotência que ela fez, ao ver que não tinha outra forma de reaver o seu pertence? Quer dizer, falando agora da infantilidade da professora, se a miúda lhe tivesse dado um estalo ela também retribuiria com a mesma fórmula?

Estranha-me que ninguém tenha questionado as acções da professora, e até agora só se falou dos alunos e da cumplicidade entre eles em relação a postura violenta da miúda. Além do mais, tenho impressão de que nessa mesma escola um aluno já foi assaltado, tendo sido esfaqueado, porém, não se usou esse exemplo para mostrar o quanto violento a escola era, e vão pegar nesse confronto estúpido para o fazer? Eu não vejo senão políticos atrás disto. Mas, voltemos à professora... O que eu faria na posição dela era pedir à aluna que abandonasse a sala e se ela não o fizesse, abandonava eu e iria instaurar um processo disciplinar… esta é uma forma; outras existem e nenhuma violenta.

Eu só acho que devia ser altura de parar de martirizar a pobre estudante… não defendo que ela tivesse tido um bom comportamento, mas eu já fui adolescente e sei quantas vezes tive que engolir o sapo para não me comportar de forma repreensiva.

Eu sou um estudante universitário e uso o telemóvel dentro da sala, em silêncio, para não perturbar os colegas. Não vejo mal nenhum no uso de telemóvel, desde que com moderação e de forma limpa. Mas isso não vem ao caso.

Os órgãos de comunicação como já sabemos tem o poder de marionetar o ponto de vista do povo e é o que têm feito concentrando-se apenas numa parte do problema… eu não acho que estejam a fazer isso sem dolo, mas isso é outro assunto.

Mas devia-se saber que conflitos fazem parte da raça humana e da nossa condição bestial, porém a forma de resolvê-lo é que mostra o nosso humanismo e o valor intelectual. E se tiver que culpar alguém nesta contenda, culpo a professora, porque devia ser superior à aluna e devia ter pelo menos uma unha de testa.

Já agora, o título não foi muito feliz.
Eu sei que a maioria tem opinião contrária à minha, e gostava que lessem aqui uma, que no entanto, não desvirtua o que eu aqui defendi: aqui

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